Vice-governador e presidente da Copasa participam de abertura do Congresso da Abes em BH
Como anfitriões do 32º Congresso Nacional da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), o governo de Minas e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) participaram na noite deste domingo (21) da cerimônia de abertura do evento. A solenidade aconteceu no Expominas, em Belo Horizonte.
Representando o governador Romeu Zema, o vice-governador Professor Mateus Simões destacou que o saneamento básico tem muito a se desenvolver para que o Brasil e Minas Gerais atinjam as metas previstas no novo Marco Legal do setor e, fazendo uma referência à sua viagem recente à China, afirmou que, para isso, é fundamental a contribuição dos engenheiros, que são o público principal do Congresso.
“Em determinado momento, quando nós falávamos da diferença dos governos ocidentais para o governo chinês, uma representante do Ministério do Comércio disse o seguinte: ‘No Ocidente, os advogados têm dominado o ambiente político por muitos anos’. Por isso que normalmente os presidentes americanos são advogados. E aqui no Brasil isso não é muito diferente porque, mesmo quando não são advogados, é a discussão jurídica que parece tomar todo o nosso tempo. E lá, já há muito tempo, eles decidiram que seriam governados por engenheiros porque, para eles, a execução é mais importante do que a discussão sobre ela. Eu posso fazer as minhas reservas da aplicação literal do que ela disse, mas ela tem toda razão no que diz respeito ao desenvolvimento da nossa infraestrutura. O Brasil adquiriu nas últimas décadas um péssimo hábito de politizar todas as discussões no pior sentido da expressão e de judicializar mesmo aquilo que, a princípio, os juízes não dominam de forma alguma e que decidem por isso mesmo sem qualquer conhecimento técnico. A presença dos políticos, dos advogados e dos juízes no meio da discussão do saneamento não fará bem para absolutamente ninguém ao longo do tempo. Por isso que, da nossa parte, da minha e do governador Romeu Zema, eu gostaria de dizer que é na mão de vocês engenheiros que nós confiamos estar repousando o futuro do saneamento no Brasil porque, em algum momento, nós vamos parar de comemorar pequenos crescimentos percentuais do saneamento e possamos começar a discutir o que vem depois”, disse.
Além dele, a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Marília Mello, relembrou sua primeira participação em um Congresso da Abes, ainda em 1999, quando era estudante de Engenharia Civil. "A universalização é um desafio imposto a toda sociedade, mas também outros desafios nós temos: prover água num cenário de escassez hídrica asseverada pela mudança climática, discutir drenagem das nossas cidades que em todos os meses de janeiro, dependendo da região, mas especialmente na nossa região Sudeste, tem perdas físicas muito significativas pelas enchentes urbanas, ampliar a rota tecnológica do tratamento de resíduos sólidos no nosso país. Mas, como eu disse, aqui não é só um lugar de discussão institucional desse tema do saneamento e de aprimoramento das políticas públicas nas discussões institucionais. Como eu disse, em 1999 eu vim a esse Congresso pela primeira vez como bolsista de iniciação científica e aqui é um espaço de geração de ciência e de conhecimento para que a gente possa a cada dia aprimorar nossas políticas públicas de saneamento no país”, disse.
O presidente da Copasa, Guilherme Duarte , agradeceu a oportunidade de a Companhia participar como empresa anfitriã do Congresso e destacou algumas mudanças trazidas pelo Marco Leal às empresas do setor. "O Novo Marco do Saneamento não nos coloca apenas as metas de universalização para o ano 2033. O Novo Marco do Saneamento, ressalta-se aqui de forma muito salutar, introduziu a competitividade no setor de saneamento e, diante disso, todos nós prestadores dos serviços de saneamento, sejamos públicos ou privados, temos a obrigação de nos tornamos cada vez mais eficientes, ampliarmos a capacidade de investimento das nossas empresas para que, ao fim de 2033, sejamos de fato partícipes da universalização do saneamento”, ressaltou.
Já o presidente nacional da Abes, Alceu Guerios Bittencourt, agradeceu a participação de todos e apresentou a programação do 32° Congresso. “Esse Congresso é a edição mais ampla de todos os congressos que temos feito e têm mais de 1.000 trabalhos técnicos a serem apresentados. E na parte temática nós chegamos ao nível de 60 painéis, um nível inédito e, com isso, teremos 19 salas simultâneas, sendo 8 de painéis e 11 de trabalhos técnicos”, destacou. Disse ainda que o evento terá um eixo só para debater inovação, e outro para discutir o esgotamento sanitário, em razão de ser o setor de maior déficit na área de saneamento. Também haverão discussões sobre drenagem pluvial, resíduos sólidos e universalização, que é o tema principal do congresso deste ano.
Também participaram do evento o Secretário Nacional de Saneamento,Leonardo Picciani, representando o ministro das Cidades, Jader Barbalho, o diretor da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Filipe de Mello Sampaio Cunha de Mello, e o Secretário Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura de Belo Horizonte, José Reis Nogueira de Barros, além de representantes de associações e instituições do ramo de saneamento.
Ainda na noite deste domingo, foi aberta a Feira Internacional de Tecnologias de Saneamento Ambiental (FITABES), considerada uma das maiores feiras do setor em toda a América Latina, que também ocorre no Expominas. O maior congresso do setor de saneamento do país acontecerá até o dia 24 de maio na capital mineira e debaterá os desafios para a universalização do acesso à água e esgoto tratados no Brasil até 2033.