Copasa celebra o Dia da Consciência Negra
A data reforça o instrumento de conscientização como ponte para o conhecimento e o fim de qualquer tipo de preconceito
A Copasa preparou uma programação especial nesta sexta-feira (18/11) para celebrar o Dia da Consciência Negra. Comemorado em 20 de novembro, a data é um momento de reflexão sobre a riqueza e a importância da cultura africana para a formação do Brasil e também uma oportunidade para intensificar a luta diária do povo negro para combater o racismo e a desigualdade social, contribuindo com a diversidade e a inclusão étnica em nosso país e mais especificamente na Companhia.
As atrações para celebrar o Dia da Consciência Negra na Copasa foram idealizadas e coordenadas pela Unidade de Responsabilidade Social (RESO), que contou com a colaboração da Unidade de Serviço de Educação Corporativa (USED), principalmente na articulação com os palestrantes Onília Araújo (contadora) e Leonardo Pio (filósofo) para a Roda da Diversidade: Diálogos de Inclusão.
Considerado crime no Brasil, nenhuma empresa deve tolerar o comportamento racista. Em seu Código de Conduta Ética, a Copasa ressalta as atitudes que devem ser fundamentais no ambiente de trabalho e nas relações interpessoais, para que a conscientização étnica e de combate ao racismo não fique restrita somente a um mês; o engajamento é para que seja, sim, incorporado à rotina, ao cotidiano organizacional da empresa.
Roda da Diversidade: Diálogos de Inclusão
Com transmissão via Teams, a Roda da Diversidade: Diálogos de Inclusão iniciou com a mediadora Suryam Guimarães da USED dando as boas-vindas e logo passou a palavra para o diretor de Operação (DOP), Guilherme Frasson. Em seguida, a gerente da RESO, Luciana Barbosa, também se apresentou e deixou seus agradecimentos. Antes do início das palestras, houve um breve depoimento do membro do Conselho de Administração da Copasa Hamilton Amadeo e da diretora de Desenvolvimento Tecnológico, Meio Ambiente e Empreendimentos (DTE), Marcia Fragoso.
Os palestrantes Onília Araújo e Leonardo Pio levantaram uma rica discussão sobre as diversas dificuldades que o preto pobre enfrenta diariamente para trabalhar, estudar, se divertir, para arrumar emprego, além das cobranças relacionadas a estética, comportamento, práticas religiosas e até para relembrar o seu lugar de destaque na história.
“O conceito de raça, branca e negra, é algo inventado pelos colonizadores europeus, mas um detalhe: ninguém se torna preto, a gente se descobre preto”, declarou Pio. “Pesquisas apontam que 84% dos brasileiros dizem que existe racismo no Brasil. Entretanto, apenas 34% dessas pessoas afirmam ser racistas. Essa conta não fecha, está errado e tem que mudar, começa pelas pessoas fazendo mea culpa”, destacou Onília.
Exposição artística dos jovens aprendizes
Também foi aberta a Exposição “Consciência Negra – Letramento racial no ambiente corporativo”, na Galeria de Arte dos Empregados da Copasa. O evento contou com apresentações musicais do Coral da Copasa e do jovem aprendiz Yuri Ambrósio, lotado na Unidade de Serviço de Faturamento e Arrecadação, além da declamação de um poema de autoria do aprendiz Pedro Costa da Ouvidoria.
Durante a abertura, a diretora Márcia Fragoso destacou a importância do tema e se disse impressionada com o debate promovido pelos palestrantes. “Entrei uma pessoa e saí de lá outra. Essa reflexão não pode se limitar a este dia, nem a este mês. Tem que ser o ano inteiro, todos os dias, todas as semanas, todos os meses”, ressaltou.
Outra importante atração foi a exposição artística com obras criadas exclusivamente pelos jovens aprendizes da Companhia. Todos eles negros, nascidos e criados na periferia. Essa iniciativa inaugural foi idealizada e coordenada pelo funcionário Carlos Roberto, da Comissão Permanente de Licitações (CPLI), que fez uma curadoria muito bem embasada e criteriosa. Ele contou que o objetivo da exposição é dar protagonismo para quem está ao mesmo tempo numa etapa de inserção no mercado de trabalho e que também depende muito de políticas e programas que proporcionem a inclusão social, como esses aprendizes. “A arte salva vidas carentes”, finalizou.
O curador Carlos ainda brindou os presentes com uma história muito reflexiva: “A Viagem do Rapaz”, que narra o aprendizado de um jovem durante uma viagem, que deixou ensinamentos interpretados por seu pai.
O último bater de asas e o voo de uma borboleta fotografada na memória
O quadro de uma borboleta, obra que tem por trás uma das histórias mais comoventes de toda a exposição artística, foi desenhado e pintado pela jovem aprendiz Vitoria Mikaely, de 20 anos, lotada na Unidade de Serviços de Apoio Administrativo Metropolitano (USAM). “A inspiração para desenhar o quadro veio de uma lembrança de uma borboleta que minha mãe tinha tatuada no tornozelo, com o meu nome escrito. Ela morreu atropelada por um ônibus, quando eu tinha só sete anos de idade, isso me marcou”, relatou emocionada.
A perda precoce dos pais é outro grande problema e uma realidade de muitas crianças, adolescentes ou jovens negros e/ou em condições precárias, que só reforça a importância de eventos que celebrem o Dia da Consciência e o desenvolvimento de mais políticas voltadas para diversidade e a inclusão social.
A exposição artística somente com obras de aprendizes negros, pobres da periferia é uma forma de outros jovens na mesma condição se verem representados e um incentivo para serem protagonistas também.
A exposição ficará na Galeria de Arte dos Empregados da Copasa até o dia 30 de novembro.